História Das Próteses de Mama
Desde a pré-história os padrões estéticos já motivavam as mulheres a desejarem mudar o corpo.

Ícones de beleza feminina, como Marilyn Monroe, tinham corpo bem delineado e mamas aparentes! Houveram algumas tentativas de usar esponjas nas mamas com o objetivo de aumentar o volume, mas não obtiveram sucesso.
Então, após a Segunda Guerra Mundial (que acabou em 1945), as prostitutas japonesas do porto de Yokohama injetavam silicone líquido nas suas mamas a fim de seduzirem os soldados norte-americanos. Mas, mesmo com resultado estético aceitável inicialmente, ocorreram problemas sérios, como infecções e gangrenas.
Logo após esse período, nos Estados Unidos, o cirurgião plástico Frank Gerow, observou que a consistência de uma bolsa de sangue quando apalpada se assemelhava a de uma mama feminina e teve a ideia de preencher uma dessas bolsas com gel de silicone. Com a ajuda de seu colega Thomas Cronin, desenvolveu a primeira prótese de silicone da história. Os dois médicos e sua equipe implantaram, experimentalmente, a prótese numa cadela de nome Esmeralda, concluindo, que a prótese parecera ser inofensiva para os tecidos da cachorrinha. Em 1962, em Houston-Texas (EUA), a paciente Timmie Jean Lindsey, 30 anos, aceitou ser a primeira mulher a se submeter a um implante de próteses de silicone nas mamas. A cirurgia durou duas horas e o sucesso foi absoluto. Cronin e Gerow apresentaram a sua experiência no Congresso Internacional de Cirurgia Plástica, em 1963, e a
novidade repercutiu como uma bomba, cuja explosão continua ecoando até os dias de hoje.
No início dos anos 90, estudos possibilitaram aos fabricantes de próteses aprimorarem seus produtos, e surgiram os implantes texturizados (superfície rugosa e não lisa como era antes) e também os revestidos com espuma de poliuretano. Esses últimos prediziam diminuir de forma importante a incidência de contratura capsular (quando o organismo reage e causa endurecimento, dor e alteração da forma das mamas) para cerca de 1-2%, evitando, com isso, muitas reintervenções para tratar essa complicação outrora tão frequente (15 a 20%).
Outros avanços surgiram: maior resistência da camada externa das próteses e o gel do seu interior tornou-se coesivo (gelatinoso ao invés de quase líquido). Esses aperfeiçoamentos tornaram as rupturas mais raras e, mesmo que ocorressem não haveria extravasamento do gel de silicone, justamente por sua nova consistência gelatinosa. Paralelamente a isso, foram desenvolvidas próteses de formas e volumes diferenciados bem como para utilização em outras regiões do corpo humano como as nádegas, panturrilhas, coxas, região peitoral e outras, tanto para aprimoramento estético como para reconstruções. Fundamental destacar a grande utilidade do silicone nas reconstituições de mamas afetadas pelo câncer. Os implantes de mama feitos com revestimento de silicone e preenchidos com gel de silicone ou soro fisiológico foram vendidos pela primeira vez nos Estados Unidos na década de 1960, mas as vendas foram relativamente lentas até a década de 1980. Em 1990, no entanto, quase um milhão de mulheres haviam sido submetidas à cirurgia de implante de mama, embora nenhum estudo de segurança tivesse sido publicado.
Os produtos médicos deveriam ser comprovados como seguros e eficazes antes de serem vendidos nos EUA, mas isso não acontecia para dispositivos médicos vendidos antes de 1976. A Food and Drug Administration (FDA) não exigiu que as empresas que vendiam próteses de silicone comprovassem que seus implantes eram seguros até 1991 – depois de estarem em uso por quase três décadas. Pela primeira vez, a mídia começou a relatar sobre mulheres com problemas dos implantes e citou médicos preocupados com a segurança do implante. Quando os estudos foram fornecidos à FDA, os dados de segurança foram considerados inadequados para justificar a aprovação.
A FDA não exigiu que os fabricantes de implantes provassem que seus implantes salinos eram seguros até 2000, quando, apesar das altas taxas de complicações, a FDA aprovou implantes salinos pela primeira vez.
Implantes de silicone gel foram aprovados pela primeira vez em novembro de 2006. Entre 1992 e 2006, os implantes de silicone gel não foram liberados. A FDA exigiu que os pacientes fossem informados de que os implantes não foram aprovados por eles e que fossem regularmente avaliados por seus cirurgiões plásticos como parte do
estudo, a fim de fornecer dados de segurança. Infelizmente isso não ocorreu e as mulheres inscritas nesses estudos muitas vezes não foram estudadas após a cirurgia.
Atualmente, os implantes ainda estão liberados tanto pelo FDA como pela ANVISA, que são os órgãos reguladores nos EUA e no Brasil, respectivamente.
No ano de 2020, a FDA liberou a chamada CAIXA PRETA DOS IMPLANTES MAMÁRIOS. Os avisos presentes nela tem objetivo de informar os consumidores dos efeitos colaterais que podem atingir a saúde das mulheres. Essa é a última medida regulatória que ainda permite que o produto permaneça no mercado.
Além disso, em 2022 reconheceu e comunicou sobre a relação dos implantes não apenas com o linfoma anaplásico de células gigantes (BIA ALCL) quanto outros tipos de linfoma e o carcinoma de células escamosas.
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