Explante de silicone: entenda mais sobre essa cirurgia
O implante de silicone é a cirurgia plástica mais realizada no mundo. São mais de 50 milhões de mulheres com próteses no mundo. Mas, nos últimos anos, também tem crescido o número de pacientes que realizam o explante de silicone.
Não se trata de uma tendência passageira ou de um simples modismo. O explante de silicone pode ser uma parte importante do tratamento de complicações de saúde que podem ser causadas pelas próteses.
O explante de silicone é a cirurgia indicada para mulheres que sofrem com a contratura capsular ou com sintomas da Doença do Silicone e Síndrome ASIA.
Continue a leitura e saiba mais sobre esse procedimento.
O que é e quando fazer o explante de silicone?
O explante é um procedimento cirúrgico no qual as próteses de silicone são removidas das mamas ou outras áreas do corpo, como glúteos e panturrilhas.
Esse tipo de cirurgia pode ter motivações estéticas ou questões de saúde. Vou falar um pouco mais sobre cada um desses motivos a seguir.
Doenças relacionadas ao implante
A maior conscientização sobre os riscos relacionados ao silicone tem levado muitas mulheres a realizar o explante mamário.
Isso porque, com informação, essas pacientes passam a entender sobre a possível relação de sinais e sintomas relacionados aos implantes, denominando esse quadro como Doença do Silicone ou ainda a Síndrome ASIA (Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes, em inglês).
O denominamos Doença do Silicone seria causada pela toxicidade do silicone, que vaza mesmo sem estar rompido, em um processo conhecido como gel bleeding.
A Síndrome ASIA, por outro lado, é uma reação do organismo contra o corpo estranho (prótese), gerando uma resposta exagerada que pode levar ao surgimento de um quadro autoimune, especialmente em pacientes que já têm predisposição genética.
Também é importante mencionar o BIA-ALCL (Linfoma Anaplásico de Células Gigantes), um tipo raro de câncer do sistema imunológico relacionado às próteses de silicone.
Contratura capsular
A retirada do silicone também é indicada em casos de contratura capsular.
A contratura capsular é uma das complicações mais comuns relacionadas às próteses de silicone e ocorre quando o tecido cicatricial que normalmente se forma ao redor do implante começa a se contrair e apertar a cápsula que envolve o implante mamário.
A formação da cápsula é uma resposta natural do organismo à presença do implante, e é uma parte normal do processo de cicatrização.
Mas, em alguns casos, o tecido cicatricial pode se contrair de forma anormal, causando uma compressão excessiva do implante.
Ruptura da prótese
A ruptura da prótese pode ser espontânea, ocorrer pelo desgaste do implante ou ainda por um trauma na região das mamas.
Em muitos casos, a ruptura é assintomática, ou seja, a paciente não percebe que houve o rompimento do implante.
Quando passa a ser sintomático, normalmente o diagnóstico é tardio. Os sinais de ruptura podem ser dor, surgimento de nódulos e mudança na consistência e formato das mamas. Em muitos casos é um achado dos exames de imagem.
Em caso de rompimento da prótese, o explante de silicone não é uma urgência, mas deve ser planejado o quanto antes.
Como é a cirurgia de retirada de silicone?
Seja qual for a razão pela qual a paciente decida fazer a retirada do silicone, a técnica cirúrgica preconizada é o explante em bloco.
O explante em bloco consiste na retirada da prótese e da cápsula em uma única peça, sem rompimento da cápsula.
Em alguns casos, especialmente quando há aderências ou quando a espessura dessa película é muito fina, por exemplo, pode não ser possível fazer a retirada em bloco.
Mas, ainda assim, preconizo que toda a cápsula seja retirada, a chamada capsulectomia total.
A cirurgia tem duração média de 2 horas e é feita sob anestesia geral ou peridural com sedação, com incisões definidas de acordo com o tipo de mama e grau de flacidez, dentre outras características.
É possível fazer explante de silicone seguido de mastopexia?
Após a retirada dos implantes, as mamas podem apresentar algum grau de flacidez.
Por isso, muitas pacientes optam por associar a cirurgia de explante mamário a outros procedimentos como a mastopexia, técnica que remove o excesso de pele, levantando e redesenhando o formato das mamas.
Além da mastopexia, também é possível realizar a lipoenxertia após a retirada do implante. Esta técnica consiste na realização de enxertos de gordura nas mamas para restaurar o volume perdido.
É importante destacar que, quanto mais procedimentos em um mesmo tempo cirúrgico, maiores são os riscos.
A cirurgia de explante é mais complicada que o implante?
De forma geral, o explante de silicone tende a ser uma cirurgia mais complexa do que a colocação das próteses.
Alguns dos fatores que podem tornar a cirurgia mais complexa são:
- Adesão ao tecido circundante e alterações anatômicas;
- Presença de cápsula aderida às costelas;
- Rompimento e/ou vazamento da prótese;
- Contratura capsular;
- Fibroses;
- Aderências internas das mamas;
- Sobra de pele após a retirada do silicone.
Como é o pós-operatório?
O pós-operatório do explante mamário vai depender dos procedimentos realizados em cada caso.
As recomendações são feitas pelo cirurgião plástico de forma individualizada – e devem ser seguidas rigorosamente pela paciente.
No geral, deve-se tomar a medicação indicada nos horários corretos, realizar a suplementação nutricional, repouso relativo (por 15 a 30 dias) e realizar o acompanhamento médico para avaliar a recuperação.
Existem um médico especialista em explante de silicone?
Não existe uma especialidade médica voltada para o explante. Isso significa que todo cirurgião plástico está apto para realizar a retirada das próteses.
No entanto, pode ser preferível buscar referências de cirurgiões com certa familiaridade com o procedimento.
Ainda tem alguma dúvida sobre o assunto?
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