Próteses de silicone

Quando as próteses de silicone podem começar a representar um problema para a sua saúde? Diante do aumento de procedimentos estéticos, muitos desconhecem os sinais que indicam a necessidade de atenção especial. 

Muitas pessoas podem experimentar complicações relacionadas ao silicone, como contratura, ruptura assim como a Síndrome ASIA ou a doença do silicone, desencadeando uma gama de sintomas preocupantes. 

Reconhecer esses sinais e entender as opções, incluindo o explante de silicone, é essencial para a saúde e bem-estar. Veja algumas informações valiosas sobre quando agir e como garantir seu conforto e segurança.

O uso de silicone já deve ser um alerta de que as próteses podem causar problemas

O uso de próteses de silicone tem sido comum para procedimentos estéticos e reconstrutivos. Mas esse material pode ser um alerta para potenciais problemas. Pesquisas apontam uma conexão entre o silicone e certas complicações de saúde, conhecidas como doença do silicone. Isso abrange um espectro de sintomas que variam de fadiga crônica a outros problemas diversos.

A Síndrome ASIA, por exemplo, está relacionada ao uso de próteses de silicone. Ela engloba sintomas autoimunes induzidos por adjuvantes, onde o silicone atua como um gatilho. Pacientes relatam dor nas articulações, fadiga, distúrbios do sono e até problemas cognitivos. Estes são sinais claros que não devem ser ignorados.

Optar pelo explante de silicone torna-se uma decisão para muitos que enfrentam tais complicações. Este procedimento visa remover as próteses com as cápsulas e, em muitos casos, os sintomas melhoram significativamente após a cirurgia.

Identificando sintomas preocupantes das próteses

Identificar sintomas preocupantes em quem tem próteses de silicone é vital. Muitas vezes, os sinais podem ser sutis, por isso é importante estar atento. Sintomas como inchaço persistente, dor na área da prótese, mudanças na forma ou tamanho da mama, vermelhidão e sensação de calor podem indicar complicações. Esses sintomas não devem ser ignorados, pois podem sinalizar desde uma infecção até um rompimento da prótese.

E tem mais. Outros sinais menos óbvios incluem fadiga crônica, dores nas articulações e músculos, além de problemas de pele. Essas manifestações podem estar relacionadas à Síndrome ASIA ou à doença do silicone. Esse espectro de sintomas reforça a importância de acompanhamento médico e uma boa avaliação para descartar outras doenças inclusive.

Portanto, ao primeiro sinal de qualquer desconforto ou mudança, a consulta com um especialista é essencial. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem prevenir complicações mais graves como alguns tipos de câncer relacionados às próteses. A saúde deve sempre ser prioridade, e a vigilância constante é a chave para garantir o bem-estar de quem opta por próteses de silicone.

Contratura capsular nas próteses de silicone

A contratura capsular é uma das complicações mais comuns após a cirurgia de implantes de silicone. Ocorre quando a cápsula de tecido cicatricial, que se forma naturalmente ao redor do implante, começa a se contrair. Isso pode causar desconforto, dor e, em casos graves, deformidades visíveis. Esse problema pode surgir em qualquer momento após a cirurgia, desde alguns meses até anos depois.

Os sintomas variam de leve a severo, incluindo endurecimento e alterações na aparência da mama. Em casos mais graves, pode-se sentir dor e desconforto significativos, levando à necessidade de intervenção médica imediata. O tratamento para a contratura capsular pode ser de início conservador e evoluir para indicação de explante do silicone. 

Daí a importância de escolher um profissional de cirurgia plástica com qualificação para discutir abertamente sobre os riscos e expectativas do paciente.

Seroma em pacientes com implantes de silicone

Seroma é uma condição que pode surgir em pacientes que realizaram cirurgias para inserção de próteses de silicone. Esse fenômeno envolve o acúmulo de fluidos serosos ao redor da prótese, podendo causar desconforto e inchaço na área afetada. 

Ao falar sobre sintomas, é importante destacar que eles variam de pessoa para pessoa. Alguns podem experimentar apenas um leve inchaço e desconforto, enquanto outros enfrentam dor e sensibilidade aumentada na área. 

O tratamento para seroma geralmente envolve drenagem do fluido acumulado e, em alguns casos, o explante deverá ser a escolha. Essas medidas são essenciais não apenas para aliviar os sintomas, mas também para prevenir complicações maiores. 

Dores que podem estar relacionadas aos implantes de silicone

Algumas pessoas relatam dores que podem estar ligadas ao uso das próteses. A conexão entre silicone e desconforto físico é um tema de crescente interesse na comunidade médica. Muitos relatam sintomas variados, que vão desde dores locais até sensações sistêmicas.

Muitas pacientes relatam melhora dos sintomas após o explante, indicando uma resposta positiva ao tratamento. Essa decisão deve ser cuidadosamente discutida com um especialista, considerando os benefícios e os riscos envolvidos.

Sinais e sintomas clínicos sem causa definida podem estar relacionados às próteses de silicone

Muitas pessoas não sabem, mas alguns sintomas clínicos aparentemente misteriosos podem estar ligados ao uso de próteses de silicone. 

Dor nas articulações, fadiga crônica, alterações na pele e problemas respiratórios são apenas alguns dos sinais que usuários de implantes de silicone podem experimentar. E aqui está o detalhe intrigante: esses sintomas muitas vezes não têm uma causa definida nos exames tradicionais.

A conexão entre próteses de silicone e esses sintomas desconcertantes é um campo de estudo em crescimento. A doença do silicone é um termo que vem ganhando destaque, por descrever um grupo de sintomas que podem surgir após a exposição a substâncias que, teoricamente, deveriam ser inofensivas, por serem consideradas inertes, como o silicone.

Além disso, o explante de silicone, que é a remoção das próteses, tem sido considerado por muitos como uma solução para aliviar os sintomas. Embora a decisão pelo explante deva ser cuidadosamente discutida com profissionais da saúde, relatos de melhora após a retirada das próteses são cada vez mais comuns. 

Próteses de silicone podem ser gatilhos em pacientes com doenças autoimunes

As próteses de silicone podem ser uma fonte de preocupação para pessoas com doenças autoimunes. Isso ocorre porque o material pode agir como um gatilho para sintomas ou mesmo desencadear novas manifestações da doença. Já há evidências suficientes para gerar alerta sobre a doença do silicone.

Por conta dessas questões, o explante de silicone começa a ser cada vez mais considerado como uma alternativa para aliviar os sintomas. Assim, fica evidente a importância de discutir abertamente sobre os possíveis riscos associados ao uso de próteses de silicone em pacientes com predisposição às doenças autoimunes.

Se você está considerando colocar implantes de silicone, todas essas informações são essenciais para que você possa tomar uma decisão bem informada. 

E se você utiliza próteses de silicone e percebeu qualquer desconforto ou sintoma, mesmo que pareça mínimo, não hesite em buscar ajuda médica especializada. Sua saúde deve estar sempre acima de qualquer questão.

Dra FABIANA CATHERINO

CRM/SP 121444 

RQE 39248

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Com a crescente conscientização sobre a doença do silicone, muitas mulheres buscam informações precisas sobre esse procedimento. A saúde da mulher durante a gravidez se torna mais delicada e a decisão de remover implantes mamários pode ser complexa.

Isso porque a gestação é um período que exige cautela em qualquer intervenção médica, mas as particularidades do explante demandam atenção especial. 

Neste artigo, vamos abordar algumas dúvidas comuns sobre o assunto, tais como os riscos, as recomendações e como garantir tanto a sua saúde quanto a do seu bebê.

Como a doença do silicone impacta a gravidez

A saúde da mulher durante a gestação é uma prioridade. Como o corpo da mulher sofre inúmeras mudanças nesse período, devido às alterações hormonais, é comum aparecerem condições que antes não estavam presentes.

Sintomas como fadiga, dores musculares e articulares, além de problemas de pele, podem se intensificar. 

Por vezes, pode ocorrer de a mulher descobrir uma prótese rompida, uma contratura das cápsulas ou ainda desencadear algum quadro de doença.

Além disso, o sistema imunológico da mulher grávida sofre alterações para proteger tanto a mãe quanto o bebê. Neste caso, o acompanhamento médico especializado é essencial para garantir a segurança e saúde tanto da mãe quanto do bebê durante toda a gestação.

Seria esse um momento adequado para operar?

Explante de silicone na gestação

Ao considerar o explante de silicone, é essencial fazer uma avaliação minuciosa dos benefícios versus os riscos, em qualquer situação. Quando falamos nesse período específico, não é aconselhável que a mulher seja submetida a qualquer procedimento cirúrgico, a não ser que seja uma urgência ou emergência médica. 

Uma cirurgia durante a gestação, além de trazer riscos à mãe e ao bebê, pode induzir parto prematuro.

O explante é uma cirurgia planejada, em quase 100% dos casos. Mesmo próteses rompidas não são uma urgência médica.

O suporte emocional também desempenha um papel vital nesse período de transição. A saúde da mulher deve ser sempre a prioridade, enfatizando a importância de escolhas informadas e cuidados contínuos para manter o bem-estar físico e mental.

Explante de silicone na amamentação

O silicone, por si só, pode impactar a amamentação devido à possibilidade de interferir na produção e exteriorização de leite materno. Além disso, ainda não sabemos ao certo o quanto pode ser prejudicial o efeito do gel bleeding no leite materno.

Após o nascimento do bebê, a mãe ainda está se recuperando do processo do parto e demanda suas forças e atenção ao seu filho. Realizar uma cirurgia nesse momento, ainda deve ser questionável, pois ocorrerá o desmame, obrigatoriamente. E todos nós sabemos da importância da amamentação exclusiva nos primeiros quatro meses do bebê.

Depois de alguns meses, pode ser considerado o explante, dependendo de cada caso e de cada planejamento. Há orientações específicas que devem ser conduzidas para melhor passagem desse processo.

Em resumo: todo procedimento cirúrgico envolve riscos, e durante a gestação e a amamentação tudo se torna ainda mais delicado, por isso, a opção será sempre discutir as medidas essenciais para proteger a saúde da mulher e do feto.

De maneira geral, esses não são os melhores momentos para manipulações desse tipo, mas tudo deve ser avaliado de acordo com cada história.

É fundamental buscar orientações médicas qualificadas e ponderar cuidadosamente todos os aspectos envolvidos — desde os potenciais riscos até as recomendações específicas para cada situação.

Dra FABIANA CATHERINO

CRM/SP 121444 

RQE 39248

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a queda de cabelo pode ser um sinalizador de várias condições, desde distúrbios da tireoide até a doença do silicone. 

Neste artigo, vamos explorar não apenas as causas comuns, como deficiência nutricional e alterações hormonais, mas também a menos conhecida relação entre implantes de silicone e a saúde capilar. 

Principais causas da queda de cabelo

A perda de fios é uma preocupação comum, mas você sabia que os distúrbios da tireoide estão entre as causas principais? Quando a tireoide não funciona bem, seja por hipo ou hipertireoidismo, o ciclo de crescimento do cabelo pode ser afetado. Isso leva a uma queda mais acentuada e perceptível.

Além disso, a saúde capilar reflete como está nosso corpo por dentro. Uma deficiência nutricional, por exemplo, pode privar seu cabelo dos nutrientes essenciais para se manter forte e saudável. Vitaminas e minerais são fundamentais para manter os fios em bom estado.

E não é só isso. Existe também a alopecia, que pode ser genética, como na alopecia androgenética, ou causada por fatores externos e estresse. Observar os sinais do seu corpo é fundamental para entender o que pode estar causando a queda de cabelo e buscar o tratamento adequado.

A seguir, vamos detalhar as condições que podem causar a queda de cabelo.

Identificando a alopecia: sinais e sintomas

A alopecia é uma condição que pode ser facilmente confundida com a perda de cabelo comum, mas existem sinais claros que ajudam na sua identificação. O primeiro sintoma notável é o afinamento dos fios, que pode acontecer de forma gradual ou repentina. Além disso, manchas calvas circulares são um indicativo forte da condição. Essas manchas podem aparecer não apenas no couro cabeludo, mas também em outras áreas do corpo onde há pêlo.

Outros sintomas incluem coceira ou ardência antes da queda de cabelo nos locais afetados. E para quem se pergunta “quando devo me preocupar?”, a resposta é simples: se você perceber perda de cabelo atípica ou qualquer um dos sinais mencionados, é hora de consultar um especialista. A alopecia pode estar relacionada a diferentes fatores, como distúrbios da tireoide ou deficiência nutricional, portanto, um diagnóstico preciso é fundamental.

Especialistas podem determinar a causa e o tipo de alopecia através de exames clínicos e até mesmo biópsia do couro cabeludo. Tratamentos variam desde medicações tópicas até terapias mais avançadas, dependendo da severidade e da origem do problema. Lembrando que quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhores são as chances de tratar a alopecia 

Amamentação, distúrbios da tireóide e alterações hormonais como causadores da queda de cabelo

A amamentação é um período especial na vida de uma mãe, mas pode vir acompanhada de desafios inesperados, como a queda de cabelo. Surpreendentemente, essa perda capilar pode estar relacionada a distúrbios da tireoide, que afetam o equilíbrio hormonal do corpo. 

Além disso, a deficiência nutricional durante a amamentação também pode levar à perda de fios. O corpo demanda nutrientes extras nesse período para a produção de leite, e se a alimentação não for adequada, o cabelo pode sofrer. É importante garantir uma dieta rica em vitaminas e minerais para manter os cabelos saudáveis. A alopecia pós-parto é comum e geralmente temporária, mas se a queda se mostra persistente, é importante investigar possíveis distúrbios hormonais.

O impacto dos distúrbios da tireoide na saúde dos cabelos é significativo. Quando o equilíbrio hormonal é afetado, problemas como a queda de cabelo podem surgir. Além disso, a tireoide desregulada pode levar a uma deficiência nutricional que, por sua vez, agrava o problema.

A relação entre a saúde da tireoide e a alopecia é bastante estudada. Alterações na glândula podem resultar em um ciclo capilar irregular, onde os fios se tornam mais fracos e suscetíveis a cair. E não apenas isso. A queda de cabelo pode ser um sinal primário de resposta à inflamação do corpo causada pelo silicone. Pode ainda ser  secundário, quando as próteses atuam como adjuvantes, fazem gatilho de doenças na tireoide e consequentemente geram a alopecia. 

Para entender melhor como lidar com a queda de cabelo quando ela é causada por distúrbios da tireoide, é essencial buscar auxílio médico. 

Deficiência nutricional e saúde dos fios

A deficiência nutricional não afeta apenas nossa saúde geral, mas também pode ter um impacto direto na saúde capilar. A queda de cabelo, por exemplo, é frequentemente associada a uma alimentação inadequada. Nutrientes como ferro, zinco e vitaminas do complexo B são essenciais para manter o cabelo forte e saudável. Sem eles, os fios podem se tornar fracos e quebradiços, levando a uma perda de cabelo mais acentuada.

O corpo precisa de um equilíbrio de nutrientes para funcionar corretamente, e o cabelo é um dos primeiros a sofrer quando há deficiências. Sinais como cabelos opacos, finos ou com crescimento lento podem ser indicativos de que algo não vai bem com sua dieta. 

Entendendo a doença do silicone e relação com a queda de cabelo

A doença do silicone é um termo que vem ganhando atenção por estar associada a diversos problemas de saúde, incluindo a queda de cabelo. Muitas pessoas não sabem, mas essa condição pode afetar o bem-estar capilar. Explicando melhor, quando o sistema imunológico reage ao silicone presente em implantes mamários, pode-se observar uma série de sintomas sistêmicos. Entre eles, a queda de cabelo se destaca como um sinal preocupante.

Muitas pacientes relatam que, após a colocação dos implantes, começaram a perceber uma perda significativa dos fios. Especialistas suspeitam que processos inflamatórios desencadeados pela doença do silicone possam ser o gatilho para tal reação. Além disso, o estresse causado ao corpo pode impactar os ciclos de crescimento capilar, resultando em alopecia.

Se você percebeu aumento na queda de cabelo, infecções urinárias e respiratórias de repetição, alergias, ou outros sintomas após ter colocado próteses de silicone, não deixe de procurar ajuda!

Existem diversos casos comprovados pela FDA (Food and Drug Administration, órgão regulamentador dos EUA) e pela OMS (Organização Mundial de Saúde) de que as questões de doença que envolvem o silicone são  reais, sérias e precisam de atenção.

Dra FABIANA CATHERINO

CRM/SP 121444 

RQE 39248

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

A Food and Drug Administration (FDA), órgão regulamentador dos EUA, emitiu um alerta para mulheres que possuem ou consideram a colocação de implantes mamários: é essencial estar ciente dos riscos associados a esse procedimento. 

O alerta foi emitido em 2020, quando destacaram o BIA ALCL (linfoma de grandes células) e, em 2022, outros diferentes tipos de linfomas e o carcinoma de células escamosas.

Mas a relação das próteses com o desenvolvimento de certos tipos de câncer já vem sendo investigada e apontada em diversos estudos ao redor do mundo há anos.

Em 2011, a FDA identificou uma possível conexão entre implantes mamários e o linfoma anaplásico. Alguns anos mais tarde, em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) veio a reconhecer oficialmente o Linfoma Anaplásico de Grandes Células (BIA-ALCL) como um tipo distinto dentro do espectro dos linfomas.

Embora seja classificado como uma ocorrência rara, desde então tem-se observado um aumento preocupante no número de casos relatados globalmente. Esse aumento acendeu o alerta na comunidade científica e médica para a necessidade de investigações mais profundas e detalhadas sobre essa patologia e sua relação com as próteses.

No entanto, não se sabe se os números eram menores porque era algo raro ou se era subnotificado.

Entendendo o Linfoma Anaplásico de Grandes Células (BIA-ALCL)

Em 1997, a comunidade médica se deparou com algo inédito: o primeiro registro de um Linfoma Anaplásico de Grandes Células (BIA-ALCL), cujos casos subsequentes, predominantemente, emergiram em pacientes portadores de implantes mamários texturizados. 

A International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) revelou que dos 35 milhões de indivíduos com próteses mamárias ao redor do mundo até 2020, foram reportados 573 diagnósticos desta condição.A OMS (Organização Mundial de Saúde) já reconhece a relação do linfoma com as próteses desde 2016. Além disso, o próprio manual das próteses indica as possíveis complicações como o BIA-ALCL, doenças autoimunes, entre outras.

Pesquisas apontam que o BIA-ALCL possivelmente se origina como uma reação imunológica à inflamação crônica provocada pelo próprio implante. Esse processo envolve a proliferação descontrolada das células T e sua transformação em células antigênicas, capazes de desencadear uma cadeia de eventos inflamatórios crônicos ao redor da prótese, podendo levar a alterações genéticas e displasia em pacientes com certas susceptibilidades genéticas.

O biofilme bacteriano presente nos implantes texturizados é visto como principal fator desse desfecho. Outros fatores incluem contratura capsular, trauma repetido na cápsula ou predisposição genética. As mulheres diagnosticadas com BIA-ALCL têm em média 52 anos e o linfoma geralmente é detectado cerca de nove anos após a inserção da prótese.

Quanto aos sinais clínicos, inchaço mamário ocasionado por seromas peri-protéticos espontâneos e nódulos associados à cápsula da prótese são os sintomas mais recorrentes. Dor, assimetria das mamas e vermelhidão podem também ser indicativos da doença. Embora menos frequente, linfadenopatia também pode ocorrer.

Em termos terapêuticos, a remoção do implante e das cápsulas é medida primordial no tratamento do BIA-ALCL. A detecção precoce oferece um prognóstico favorável na luta contra este linfoma.

Carcinoma de Células Escamosas e próteses de silicone

O carcinoma de células escamosas, também conhecido como carcinoma espinocelular, é um tipo de tumor maligno originado das células da epiderme. No entanto, estudos mostram que essas células podem se desenvolver no tecido mamário e evoluir para um câncer.Durante procedimentos de implante mamário, fragmentos de pele podem inadvertidamente ser inseridos junto ao silicone. Sob a influência de uma inflamação crônica na região, esses fragmentos podem sofrer transformações que culminam em sua malignização.

A relação exata entre o carcinoma de células escamosas e os implantes mamários de silicone ainda é matéria de estudo e discussão na comunidade médica. Sinais clínicos desse tipo de câncer incluem sintomas como aumento do volume da mama, dor localizada e rigidez do tecido.

É interessante notar que esse tipo específico de neoplasia não apresenta maior incidência com qualquer modelo particular de prótese – diferentemente do linfoma anaplásico de grandes células associado a implantes mamários (BIA-ALCL), que demonstrou maior frequência em próteses com superfície texturizada.

Em setembro de 2022, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos alertou o público sobre casos reportados envolvendo cânceres, incluindo o carcinoma espinocelular e vários tipos de linfomas diferenciados do BIA-ALCL já mencionado em comunicados prévios.

No tocante ao tratamento do carcinoma espinocelular associado a implantes mamários, ele pode ser mais complexo do que simplesmente remover o implante afetado. Em alguns casos, pode ser necessária a ampliação da cirurgia além da cápsula e a aplicação subsequente de terapias adjuvantes tais como quimioterapia e radioterapia para combater eficazmente a doença.

As próteses de silicone causam câncer de mama?

Ainda não se sabe exatamente qual relação do câncer com os implantes. Acredita-se que o processo inflamatório crônico que ocorre com o gel bleeding (vazamento do silicone) é um estímulo capaz de alterar as células. 

Portanto, mesmo sem conhecer a causa exata, órgãos de referência no mundo todo validam a relação dos implantes de silicone com alguns tipos de tumor.

O que é importante saber antes de colocar as próteses ou de desenvolver doenças 

O recente comunicado da FDA chama atenção para outros riscos potenciais menos documentados mas igualmente preocupantes, como o carcinoma espinocelular e variantes adicionais de linfoma encontrados na cápsula cicatricial ao redor dos implantes.

Mulheres com implantes devem estar atentas a sinais como inchaço, dor, nódulos ou alterações cutâneas – sintomas que podem surgir anos após a cirurgia. Embora esses indícios não confirmem um diagnóstico imediato de câncer, eles exigem investigação médica detalhada e acompanhamento rigoroso.

É importante destacar que o Brasil é um dos principais países em número de cirurgias de implante mamário, realizando cerca de 13% do total mundial. Mesmo assim, observa-se um declínio global na procura por esse tipo de procedimento estético; enquanto aumenta a quantidade de cirurgias para remoção dos implantes.

Apesar dessas advertências, a FDA não recomenda a remoção preventiva dos implantes mamários, mas enfatiza a importância do monitoramento constante e da consulta médica diante de qualquer anormalidade percebida pelas pacientes.

Além disso, é vital reconhecer que introduzir um corpo estranho no organismo acarreta riscos elevados. Em resposta às preocupações emergentes sobre segurança, a FDA atualizou os rótulos dos implantes nos Estados Unidos para informar sobre possíveis conexões com condições médicas crônicas variadas, desde doenças autoimunes até sintomas como dor nas articulações e fadiga crônica.

Relatos apontam complicações significativas em uma parcela das mulheres submetidas à cirurgia plástica para aumento ou reconstrução mamária. As estatísticas refletem desafios reais enfrentados por aquelas que optam por implantar silicone: questões imunológicas complexas podem emergir como parte das consequências dessa escolha.

Em resumo, o conhecimento é fundamental. Mulheres munidas com as informações corretas podem tomar decisões mais conscientes sobre sua saúde e bem-estar.

Dra FABIANA CATHERINO

CRM/SP 121444 

RQE 39248

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

As questões que envolvem as próteses de silicone ainda são pouco discutidas no meio científico.

Embora a FDA  (Food and Drug Administration) – agência regulatória dos Estados Unidos – já tenha emitido alertas sobre casos de câncer e outras complicações associadas às próteses, a dificuldade do diagnóstico e a falta de divulgação massiva sobre o assunto ainda são entraves para uma conversa aberta e maior conscientização sobre os riscos do silicone para o organismo.

E no meio de tudo isso, temos basicamente dois grupos distintos: aquele que desconhece ou não acredita nos riscos, e aquele mais informado e que quer ajudar a disseminar a informação, mas ainda não sabe bem como agir.

A seguir, você vai encontrar dicas e informações valiosas que podem te ajudar.

Entendendo a Doença do Silicone

As doenças relacionadas ao silicone precisam ser expostas em maior proporção. Muitas pessoas não sabem dos riscos associados aos implantes de silicone, por isso é essencial informar sobre os sintomas e as condições que podem surgir após a cirurgia. 

Então, como alertar quem não conhece a doença do silicone? Iniciar abordando o assunto já é um primeiro passo. Primeiro precisa haver uma introdução ao tema e dar abertura para falar sobre isso, já que existem muitos tabus.

Além disso, alertar para a observação do corpo, sinais e sintomas e possível associação desses com os implantes. Não necessariamente serão questões que envolvem as mamas. Por isso, é importante lembrar das reações sistêmicas e respostas do sistema imune.

Outra observação importante é lembrar que os exames podem não mostrar alterações. Mas isso não significa que esteja tudo bem. Procurar avaliação de médico experiente vai colaborar para entender se pode haver relação de algo em você com o silicone.

E lembre-se: conhecimento é poder. Ao esclarecer dúvidas, estamos capacitando indivíduos para tomarem decisões mais informadas sobre sua saúde.

O que posso fazer para alertar minha amiga sobre os riscos do silicone, ANTES que ela faça o implante?

Como alertar quem não conhece a doença do silicone é um desafio delicado. Afinal, sua amiga está considerando uma decisão pessoal muito importante e pode ser um sonho a colocação das próteses. 

O primeiro passo é abordar o assunto com empatia. Mostre que você respeita a escolha dela, mas também se preocupa com a saúde e bem-estar a longo prazo. E que mesmo que ela, após te escutar, decida pela cirurgia de colocação das próteses de silicone, você não irá julgar. Sua função é alertar e informar para que a decisão da sua amiga seja consciente.

E, claro, a informação é chave. Reúna fatos e depoimentos de especialistas e pessoas que passaram pelo explante das próteses. É fundamental apresentar dados concretos que demonstrem os possíveis riscos associados ao procedimento. Dessa forma, você não apenas expressa sua preocupação, como também fornece à sua amiga recursos valiosos para tomar uma decisão informada.

Além disso, mostre que existem alternativas. Há outras opções estéticas que podem alcançar o objetivo de volumizar as mamas ou tratar da flacidez. Discutir essas possibilidades pode abrir espaço para diálogos construtivos e ajudar sua amiga a considerar todas as suas opções cuidadosamente. Lembre-se: o apoio e a compreensão podem ser tão transformadores quanto a informação que você oferece.

Tenho uma amiga que tem silicone e está com sintomas. Como posso alertar?

Se você notou que sua amiga tem silicone e apresenta sintomas, é crucial saber como abordar o assunto delicadamente. Ela pode não estar ciente dos riscos associados a complicações do implante mamário. O primeiro passo é entender que se há alterações numa pessoa, é porque o corpo está pedindo ajuda.

Ao conversar com ela, escolha um momento e local onde possam falar com privacidade e sem interrupções. É importante ser gentil e mostrar que sua preocupação vem de um lugar de carinho e apoio. Você pode dizer algo como: “Percebi que você não tem sido você mesma ultimamente e estou preocupada. Há algo em que posso ajudar?”. E, se o momento parecer oportuno, mencione sobre o assunto e sugira uma consulta com um profissional de saúde.

Lembre-se de que o objetivo é ajudar sua amiga a reconhecer os sinais do corpo sem causar alarme desnecessário. Encoraje-a a buscar orientação médica para descartar ou tratar qualquer possível complicação relacionada ao silicone. E reforce a importância do autocuidado e da vigilância contínua da saúde.

Acredito que o silicone esteja me deixando doente, mas minha família acha que estou louca.

É muito natural que seus familiares duvidem e não entendam como isso pode estar acontecendo.

As questões que envolvem implantes de silicone são recentes e muita gente nunca ouviu falar. Comece por falar do que você sente e do quanto desconfortável está se sentir doente.

Reforce a explicação com conteúdos sobre o assunto. Na minha página do instagram @drafabianacatherino há bastante informação. Há também aqui no site ícones com os temas e no site do FDA estão as validações. Isso ajudará a mostrar que o assunto existe e há órgãos respeitados que atestam isso. Além de estudos publicados que podem ser consultados pela internet.

Reforçar que estar com sintomas como dor, fadiga, infecções de repetição, intolerância alimentar, distúrbio do sono dentre outros, está aumentando sua ansiedade, afetando sua produtividade e abalando seu emocional.

Ainda assim, você não irá convencer as pessoas. Mas mesmo que elas ainda não acreditem, solicite e deixe claro o quanto é importante ter apoio nesse momento.

Lembre-se que você não está sozinha nessa jornada. Sinta-se acolhida por aqui. Uma queixa nunca pode ser desmerecida.

Dra FABIANA CATHERINO

CRM/SP 121444 

RQE 39248

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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