Lipoenxertia de mama: o que é, como é feita e quais os riscos?
Existe uma forma de aumentar o volume das mamas sem precisar implantar próteses de silicone: a lipoenxertia de mama.
Apesar de ser um procedimento utilizado há muito tempo, muitas pessoas ainda desconhecem ou têm dúvidas sobre a lipoenxertia de mama.
A lipoenxertia de mama nada mais é do que o uso da gordura da própria paciente, retirada de áreas pré-definidas e aplicada para aumentar o volume das mamas.
Neste artigo, vou explicar exatamente sobre o que é esta técnica, como ela é feita e quais os riscos associados.
Continue a leitura e confira.
O que é lipoenxertia mamária?
A gordura é uma das substâncias que compõem nosso corpo naturalmente.
Ela serve como isolante térmico, fonte de energia, transporte de vitaminas e síntese de hormônios.
É um tecido que não dá sustentação e estrutura, mas pode auxiliar na simetrização de partes do corpo como as mamas, além da reposição de volume.
O procedimento é feito em duas etapas, que estão inseridas dentro do mesmo procedimento cirúrgico.
Primeiramente, é realizada a lipoaspiração de áreas escolhidas, nas quais há gordura localizada, como abdome, região interna das coxas, culotes e flancos.
Então, essa gordura é preparada e é reintroduzida nos locais que desejamos.
É importante destacar que não há rejeição da gordura, justamente porque ela é retirada da própria paciente.
Quando o procedimento é indicado?
De forma geral, a lipoenxertia mamária tem suas indicações que podem variar de acordo com os critérios médicos e preferências individuais.
Algumas indicações desta técnica são:
- Aumento do volume das mamas;
- Correção de assimetrias e deformidades;
- Reconstrução pós mastectomia (retirada das mamas);
- Revisão de cirurgias anteriores;
- Melhoria da textura e contorno das mamas.
Quais as desvantagens deste procedimento?
Cada vez mais vemos a procura pelo enxerto de gordura nas mamas, principalmente por mulheres que não desejam usar implantes de silicone ou que para modelar as mamas após explante das próteses.
No entanto, existem algumas desvantagens, como a quantidade limitada de volume a ser utilizada e a possibilidade de absorção da gordura.
Na verdade, não há um limite definido de enxertia.
O volume dependerá do quanto há de gordura nas áreas doadoras, qualidade da gordura e espaço na mama. Em média, se coloca de 200 a 300 mL.
Isso não significa que não é possível enxertar uma maior quantidade. No entanto, sabemos que, quanto maior o volume enxertado, mais riscos envolvidos.
Além disso, pode haver reabsorção de 30% a 70% deste enxerto de gordura – e não há como prever isso.
Dependendo da absorção de cada lado, pode haver assimetria, apesar de não ser comum.
Portanto, pode ser necessário repetir o procedimento para atingir o efeito desejado, tanto em ganho em volume quanto em simetrização.
O que esperar da lipoenxertia de mama?
Antes de considerar a lipoenxertia mamária, é preciso alinhar as expectativas em relação ao procedimento, que certamente trará um aspecto diferente da prótese de silicone, por exemplo.
Não podemos deixar de lembrar que:
- A gordura é um tecido mais “mole” que a prótese.
- Quando for injetada, a gordura não estará dentro de um invólucro como as próteses, sendo portanto “espalhada” naquela região.
- Parte dessa gordura poderá ser absorvida, não mantendo o volume igual quando enxertada;
- Há um limite ideal para que a enxertia seja a mais segura possível, minimizando os riscos de complicações.
- Muitas vezes, a mama tem um tecido que já não está tão estruturado, principalmente em mulheres que já amamentaram, que têm estrias, que sofreram algum processo de mudança de peso ou mesmo que explantaram, tendo alteração da arquitetura mamária.
O fato de termos as questões acima de maneira alguma invalida os benefícios e a beleza de uma lipoenxertia.
No entanto, é importante salientar que não é possível esperar o mesmo efeito das próteses com o enxerto de gordura – o mesmo formato ou o mesmo volume, por exemplo.
“Mas a gordura não vai gerar flacidez nas mamas, já que será um peso a mais?”
Para entender isso, temos que levar alguns fatores em consideração: tipo de pele, idade, quanto de gordura será enxertado, se essa mulher já amamentou ou não, critérios comuns de avaliação para qualquer cirurgia de mama.
Também devemos levar em consideração que com o tempo a lei da gravidade atua em todos nós e existe uma tendência natural de flacidez, principalmente se a pele não for de boa qualidade (com estrias, por exemplo) ou se a mulher já for mais velha.
Quais são os riscos da lipoenxertia de mama?
Mesmo já sendo um procedimento estabelecido, a lipoenxertia mamária terá os riscos inerentes a uma cirurgia, mesmo que com preparo e prevenção da maior parte deles.
Mas os riscos são mínimos e a cirurgia é segura, desde que em mãos habilidosas e que haja preparo pré-operatório e indicação adequada.
Os principais riscos que podem ocorrer são:
- Cistos oleosos;
- Necrose gordurosa;
- Infecção;
- Absorção excessiva da gordura;
- Formação de tecido cicatricial ou calcificação.
Quanto aos cistos, geralmente são acompanhados de forma conservadora, ou seja, não precisam de intervenção.
A necrose é quando morre parte do tecido. Como a gordura enxertada precisa se nutrir do tecido adjacente a ela, se o volume inserido for grande, a parte central não recebe oxigenação e sofre necrose.
Já as infecções podem ser evitadas com o preparo adequado do procedimento de enxerto de gordura, o uso de antibióticos e os cuidados pós-operatórios.
Quanto à absorção excessiva de gordura, alguns trabalhos sugerem uso de seringas para coleta de gordura, porque seria menos traumático e lesaria menos as células, mas não há consenso.
Além disso, pode ser feita a hipercorreção para garantir que, mesmo absorvendo, ainda teríamos o volume desejado.
Por fim, a calcificação pode ocorrer em pessoas com cálcio sanguíneo normal. Os cristais de cálcio irão se depositar no tecido lesado e apenas serão tratados na suspeita de malignidade.
A lipoenxertia atrapalha exames como a mamografia?
Uma das maiores angústias das mulheres que serão submetidas a lipoenxertia é se essa gordura trará prejuízo à avaliação futura das mamas, principalmente relacionadas à prevenção de tumores.
Porém, trabalhos já publicados demonstram que a lipoenxertia não dificulta o acompanhamento radiológico das mamas, pois imagens tanto dos cistos quanto de necrose têm aparência benigna.
Além disso, trabalhos apresentados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostram, que em longo prazo, não foi evidenciado nenhum caso de recidiva tumoral locorregional.
Isso acrescenta, até o momento, confiabilidade e segurança na lipoenxertia mamária como arsenal para os tratamentos que visam melhorar os resultados da reconstrução da mama, mesmo após tratamento oncológico.
Ou seja, enxerto de gordura não causa tumor, não impede avaliação e visualização das mamas nem aumenta o risco de câncer de mama!
Entretanto, novos estudos prospectivos e randomizados precisam ser realizados, buscando conclusões mais definitivas.
Quanto custa a lipoenxertia de mama?
O valor deste procedimento depende de diversos fatores.
O principal deles é a localização geográfica do paciente, do médico e do hospital onde será realizada a cirurgia.
Além disso, é preciso avaliar a complexidade e os riscos associados ao procedimento, os honorários do médico e da equipe cirúrgica, os custos de instalações e equipamentos, além de acessórios como cintas e sutiãs.
O custo total também pode incluir consultas pré-operatórias, exames médicos, anestesia, acompanhamento pós-operatório e possíveis despesas adicionais.
Lembre-se de que escolher um cirurgião qualificado e experiente é fundamental para garantir resultados seguros e satisfatórios.
É importante considerar que a saúde e a segurança devem ser prioridade em relação ao custo.
Optar pelo cirurgião mais barato nem sempre é a melhor escolha, já que a qualidade do procedimento e dos cuidados pós-operatórios desempenha um papel crucial nos resultados e na minimização de riscos.
A lipoenxertia de mama é um método seguro, simples e efetivo.
Mas sempre realize procedimentos com profissionais qualificados, membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e credenciadas ao Conselho Federal de Medicina.