Alterações Neurológicas na Cirurgia Plástica e Tratamentos Estéticos
ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS NA CIRURGIA PLÁSTICA E TRATAMENTOS ESTÉTICOS
Existem centenas de doenças neurológicas, que são aquelas que acometem o cérebro, nervos, medula espinhal. Como exemplo temos acidente vascular cerebral (AVC), esclerose múltipla, Parkinson, neuropatias etc.
As causas dessas doenças podem ser múltiplas e algumas vezes multifatoriais, dentre elas temos:
· Estilo de vida
· Infecções
· Genética – dentro dessas podemos incluir as doenças autoimunes
· Alimentação – hipovitaminose
· Influências ambientais – por exemplo exposição a metais pesados e substâncias tóxicas
· Lesões físicas e acidentes
· Tumores que causam compressão
Dos sintomas que podem aparecer também há variações:
· Paralisias completas ou parciais;
· Fraqueza muscular;
· Perda parcial ou completa da sensibilidade;
· Convulsões;
· Dor de cabeça;
· Dores sem causas aparentes;
· Redução do estado de consciência.
Além disso, pode envolver oscilação de humor, perda de memória, disfunção do sono, espasmos, câimbras, tontura, dificuldade em deglutir.
Na cirurgia plástica existem algumas possibilidades de alterações neurológicas. Percebemos a modificação na sensibilidade em áreas manipuladas cirurgicamente como a situação mais comum. No entanto, temos percebido cada vez mais situações que envolvem o sistema nervoso associadas a envolvimento de adjuvantes como as próteses de silicone, preenchimentos faciais e corporais, toxina botulínica, bioestimuladores…
A partir do momento que passamos a discutir a doença do silicone e a Síndrome Asia, passamos a perceber a frequência dessas alterações. Em pacientes com silicone, as queixas de paralisias, formigamentos e choques, dores de cabeça, nevoeiro cerebral, fraqueza e questões que envolvem inervação de órgãos como a bexiga, tem sido cada vez mais frequentes.
Sabemos que as doenças autoimunes podem ser a causa do desenvolvimento desses sintomas. Mas também sabemos que devido ao silicone, doenças em remissão passaram a entrar em atividade. Doenças não conhecidas tiveram o silicone não como causa, mas como gatilho.
Tenho pacientes como todo tipo de envolvimento neurológico: esclerose múltipla, meningite de repetição, síndrome de Parry Romberg, síndrome da bexiga dolorosa, meningioma, olhos e bocas secos e neuropatias diversas principalmente envolvendo fibras finas.
A neuropatia periférica é uma situação das mais comuns. Nela os nervos que emitem informações da medula e do cérebro para o restante do corpo estão afetados.
Pode causar danos temporários ou permanentes, inclusive com problemas incapacitantes.
Não necessariamente precisam de trauma como gatilho. E, mesmo que exista uma lesão, podem aparecer em outras áreas. No meu caso, quando sofri trauma em mão direita que desencadeou a minha neuropatia durante a doença do silicone, a mão contralateral também passou a apresentar a sensação de choque em tudo que eu tocava.
Quando a queixa é de boca seca e olhos secos, pensamos em síndrome de Sjögren como hipótese diagnóstica, que é uma doença autoimune. No entanto, nem sempre é a doença que causa isso. Esses sintomas podem ocorrer no momento da menopausa, à exposição a poluição ou ar condicionado, uso de alguns medicamentos, problemas na tireóide, deficiências nutricionais, por isso devemos buscar de maneira assertiva os diagnósticos diferenciais.
Há também de se pensar que quando há desenvolvimentos de tumores, pode ter ocorrido por exemplo pelo estímulo do uso de hormônios por exemplo, e não estar relacionado ao silicone.
A preocupação maior com a neuropatia periférica é evoluir causando risco de queda, dificuldade de andar e diminuição da qualidade de vida.
Muitas vezes, o tratamento será efetivo apenas depois de explantar as próteses de silicone. Mas é importante saber se não há outras causas envolvidas além dos implantes de silicone. Pode também ser necessário associar tratamento fisioterápico e/ou medicamentoso.