Transtorno Dismórfico Corporal: quando o padrão de beleza se torna um risco
Infelizmente, vivemos em uma sociedade obcecada pela aparência física, onde o padrão de beleza imposto pela mídia pode causar sérios problemas de autoestima e insatisfação com o corpo.
Muitas pessoas recorrem ao implante de silicone, por exemplo, na busca por uma imagem perfeita, mas nem sempre os resultados são como o esperado. O padrão de beleza imposto pela sociedade contribui para essa insatisfação, levando muitas mulheres a buscarem um resultado perfeito, mesmo que isso signifique colocar sua saúde em risco.Neste artigo, vamos explorar a relação entre o silicone e o transtorno dismórfico corporal, discutindo os riscos envolvidos e como é possível lidar com essa insatisfação com o corpo de forma saudável.
Compreendendo o Transtorno Dismórfico Corporal e a insatisfação com o corpo
O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é uma condição psicológica em que a pessoa tem uma percepção distorcida de sua aparência física. Essa distorção faz com que ela se sinta extremamente insatisfeita com seu corpo, mesmo que outras pessoas não percebam as supostas imperfeições.
O impacto do TDC na vida diária pode ser avassalador, pois a pessoa fica obcecada pelo que ela acredita ser uma falha estética, podendo evitar situações sociais, sofrer transtornos alimentares ou até mesmo buscar procedimentos cirúrgicos excessivos para tentar corrigi-las.
A insatisfação com o corpo, por sua vez, é um sentimento mais comum, que afeta muitas pessoas em diferentes níveis. É importante compreender que cada indivíduo tem uma percepção única de seu corpo e que a mídia e os padrões sociais podem influenciar negativamente essa percepção.
A busca da aceitação e do amor próprio são essenciais para lidar com a insatisfação com o corpo e promover uma saúde mental positiva.
O que causa o Transtorno Dismórfico Corporal?
Também conhecido como “síndrome da feiúra imaginária”, essa condição pode causar sofrimento significativo e interferir nas atividades diárias. Embora as causas exatas do TDC ainda sejam desconhecidas, pesquisas sugerem uma combinação de fatores genéticos, ambientais e psicológicos.
Estudos apontam que pessoas com histórico familiar desse transtorno têm maior probabilidade de desenvolver a condição. Além disso, experiências traumáticas, pressão social e influências culturais podem desempenhar um papel na sua manifestação. Fatores psicológicos, como baixa autoestima e tendência ao perfeccionismo, também estão associados ao Transtorno Dismórfico Corporal. A compreensão das possíveis causas do transtorno dismórfico corporal é crucial para o diagnóstico e tratamento adequado dessa condição.
Quais são as consequências do transtorno dismórfico corporal?
O Transtorno Dismórfico Corporal pode ter diversas consequências negativas para a vida do indivíduo. Em primeiro lugar, o TDC pode levar a um isolamento social, já que a pessoa se sente extremamente desconfortável em interagir com os outros devido à sua preocupação excessiva com a aparência.
Além disso, o transtorno pode afetar negativamente a autoestima e a autoconfiança, levando a problemas de saúde mental como ansiedade e depressão. Outra consequência comum do TDC é a busca incessante por procedimentos estéticos e cirurgias plásticas, na tentativa de corrigir as supostas imperfeições do corpo.
No caso das mulheres, na tentativa de se sentirem aceitas e dentro do que é uma característica física aprovada pelas pessoas de seu ciclo social, desejam colocar próteses de silicone. Inclusive não se informam sobre esse procedimento com mais cuidado e não imaginam que há riscos e possíveis complicações.
Essa busca pela perfeição física pode ser alimentada pela mídia e pela sociedade em geral, que frequentemente promovem ideais de beleza irreais. A mulher com transtorno dismórfico corporal pode sentir-se inadequada e acreditar que apenas por meio do implante de silicone ela será capaz de se sentir mais confiante e aceita. No entanto, é importante ressaltar que a colocação de próteses de silicone pode gerar complicações como: infecções, resposta inflamatória exacerbada, contratura, síndrome ASIA, complicações pós-operatórias, entre outras.
É fundamental abordar o transtorno dismórfico corporal com empatia e compreensão, buscando formas de ajudar essas mulheres a desenvolverem uma relação saudável com o próprio corpo. A conscientização sobre os riscos e as consequências das cirurgias pode ser um primeiro passo para auxiliá-las a tomar decisões mais conscientes e seguras em relação à sua aparência física.
Se você está passando por alguma insatisfação com seu corpo ou considerando realizar procedimentos estéticos em excesso, busque ajuda profissional para lidar com suas emoções e sentimentos em relação à sua aparência física. A terapia pode ser uma ferramenta poderosa no processo de aceitação pessoal e construção da autoestima.
E lembre-se: não caia nas “ciladas” de procedimentos baratos e que prometem resultados rápidos, especialmente aqueles feitos por profissionais sem credibilidade ou que não tenham a devida liberação dos órgãos competentes. Eu sempre trago dicas nesse sentido, para ajudar a escolher um bom profissional.
Cada pessoa é única e possui sua própria beleza. Não permita que padrões irreais ditados socialmente influenciem negativamente a percepção de si mesma. Seja gentil consigo mesma, cuide do seu corpo com amor e respeito. E caso sinta necessidade, não hesite em conversar com especialistas habilitados para cuidar bem do seu corpo e sua saúde.
Dra FABIANA CATHERINO
CRM/SP 121444
RQE 39248
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica