Silicone e Câncer de Mama: entenda os riscos associados à prótese
O explante de silicone e o câncer de mama são temas que têm despertado muitas dúvidas e preocupações entre as mulheres que utilizam prótese de silicone. É importante entender os riscos associados a esse tipo de procedimento, pois existem complicações do silicone que podem causar câncer.
Além disso, a relação entre a doença do silicone e o câncer de mama ainda é pouco explorada, mas estudos indicam que há uma possível conexão entre os dois.
Se você faz uso de prótese de silicone, é essencial redobrar os cuidados preventivos contra o câncer de mama. Continue a leitura para saber mais sobre esse assunto tão importante.
Prótese de silicone: conheça os riscos e complicações que podem levar ao câncer
Embora os implantes mamários tenham sido considerados seguros por muitos anos, estudos mais recentes têm investigado a relação entre o uso de implantes de silicone e o desenvolvimento do linfoma anaplásico de células gigantes (BIA ALCL), um tipo de câncer que afeta o sistema imunológico.
Para conseguir entender melhor essa relação, é preciso compreender que os implantes de silicone sofrem o processo de gel bleeding, ou seja, micropartículas de silicone extravasam pelos poros do invólucro e vão para órgãos e tecidos diversos, mesmo que a prótese pareça intacta e não seja identificada a existência de ruptura ou vazamento significativo.
Acontece que sempre que isso ocorre, o corpo inicia uma batalha para combater esse vazamento, vai juntando a células de defesa e há um desequilíbrio, gerando o linfoma.
Além disso, o FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora dos Estados Unidos)
já validou a relação entre as próteses de silicone e o linfoma, assim como outros tipos de tumor, alertando que as mulheres que têm implantes mamários podem desenvolver certos tipos de câncer. Segundo a agência, os tumores têm sido associados a implantes de todos os tipos.
O tratamento é o explante em bloco, já que em grande parte das vezes o linfoma está contido pela cápsula. Mas, ainda assim, há casos que precisam associar outros tratamentos como a quimioterapia, por exemplo.
Quanto mais tempo a decisão de explantar for adiada, mais complicações decorrentes do sistema de defesa do organismo contra esse “corpo estranho” podem surgir ou se intensificar.
Há relação entre a Doença do Silicone e o Câncer de Mama?
Estudos recentes têm buscado entender a relação entre o uso de implantes de silicone e o aumento do risco de desenvolver diversas complicações. Embora a maioria dos estudos não tenha encontrado uma associação direta entre o silicone e o câncer, alguns sugerem que a presença de implantes pode dificultar a detecção precoce do câncer de mama, levando a um diagnóstico em estágios mais avançados.
E tem mais: dependendo do caso, a prótese de silicone pode dificultar a identificação de nódulos ou mudanças na estrutura das mamas através do autoexame, que atualmente é a forma mais indicada e simples que a mulher tem para conhecer o seu corpo e conseguir perceber em estágios iniciais que algo não vai bem.
Síndrome ASIA e Câncer: entenda o papel da prótese de silicone na progressão da doença
Estudos preliminares indicam que a presença da prótese de silicone pode desempenhar um papel crucial na progressão da doença. Pesquisas sugerem que o silicone presente nas próteses pode atuar como um adjuvante, estimulando uma resposta imunológica crônica e exacerbada no organismo, o que poderia favorecer a formação e o crescimento de tumores.
Prevenção do Câncer de Mama exige cuidados redobrados por parte de usuárias de próteses de silicone
Apesar dos avanços na área médica e das melhorias nos materiais utilizados, as usuárias de próteses de silicone devem redobrar os cuidados em relação à prevenção do câncer de mama.
Um dos principais fatores de risco associados ao uso das próteses de silicone é a dificuldade na detecção precoce do câncer de mama. Diferente das mamas naturais, as próteses podem dificultar a visualização e a realização de exames clínicos e mamografias.
Por isso, é fundamental que as mulheres que possuem próteses mamárias estejam atentas aos sinais e sintomas da doença, além de realizar consultas médicas regulares e exames complementares. Além disso, é importante ressaltar que o uso das próteses não impede o desenvolvimento do câncer de mama.
Felizmente, muitas mulheres já têm tomado consciência dos diversos riscos associados às próteses de silicone nas mamas e descobrindo que existem outros métodos para remodelação mamária.
Por outro lado, diversas outras ainda acabam se submetendo a procedimentos como o implante de silicone, sem informações suficientes sobre os possíveis riscos envolvidos. E é para essas mulheres que precisamos disseminar o conhecimento, para que tomem decisões sobre seus corpos devidamente informadas, e não apenas por sentirem a necessidade de uma mudança estética.
Por esse motivo, mesmo que a maior preocupação com relação às mamas seja a possibilidade do câncer de mama, que é o tipo de câncer mais frequente na mulher brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde, é preciso ficar alerta e buscar informações seguras sobre qualquer procedimento que se deseja fazer nesta região.
Agora que você entende melhor os riscos associados ao uso do silicone e ao câncer de mama, é hora de agir! Não negligencie sua saúde, mantenha-se informada sobre as complicações que o silicone pode causar e esteja atenta aos mínimos sinais e sintomas.
Sua saúde é o seu bem mais valioso! Cuide bem dela!
Dra FABIANA CATHERINO
CRM/SP 121444 RQE 39248
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica